O que é exatamente procrastinação?
Todos já ouvimos essa palavra em algum momento, mas nem sempre fica claro o que ela significa. Às vezes, a confundimos com preguiça e com falta de responsabilidade. Procrastinação vai além: significa decidir adiar ou não terminar uma tarefa sem ter um bom motivo - trocando-a por outra de menor importância, apesar das consequências negativas. Quantas vezes você já deixou de estudar para a prova da faculdade e foi assistir uma série? Quantas vezes você já deixou de organizar a casa e foi sair com as amigas? Quantas vezes você já deixou de marcar o médico, apesar do incômodo, porque não estava afim no momento? O grande problema não é adiar, e sim, fazê-lo com muita frequência - o “empurrar com a barriga”.
O que pode atrapalhar você?
Falta de planejamento: Nós somos seres imediatistas - buscamos sempre o prazer a curto prazo, baseado na emoção. Quando paramos para pensar, no entanto, nos damos conta das nossas reais prioridades. Na maioria das vezes, nem sequer planejamos o nosso dia e vamos fazendo as tarefas de acordo com “o que deu vontade na hora”. Pior ainda é o efeito pós-procrastinação: incômodo e várias tarefas urgentes (porque já estão em cima do prazo e fazemos sob muito estresse).
Pensamentos sabotadores: Você já se deu conta do que passa na sua cabeça imediatamente antes de tomar a decisão de procrastinar? Em geral temos vários pensamentos permissivos como:
“Só vou olhar o Facebook por 5min.”
“Só vou responder a mensagem.”
“Agora estou muito cansado.”
“A casa está desorganizada demais para eu estudar.”
“Eu devia estar fazendo algo mais divertido em vez de trabalhar/estudar.”
“Agora está tarde para ir na academia.”
“Eu não deveria ter que fazer coisas que eu não quero fazer."
“O dia está tão lindo lá fora e eu aqui.”
“Amanhã/mais tarde eu faço.”
“Se não for para ficar perfeito, é melhor não fazer.”
“Eu não vou conseguir."
Como lidar com isso?
Vamos por partes.
Gestão do tempo: Primeiro é necessário algum grau de planejamento. Você precisa saber o que fazer, de que forma, onde, quando, as ferramentas necessárias, urgência, possíveis obstáculos e suas resoluções. Para isso, muitas pessoas usam agendas, Google Agenda (que eu pessoalmente adoro), bilhetes, tabelas ou listas. Talvez você ache que isso pode ser aprisionador, mas é você que determina que horas e quanto tempo fará aquela tarefa. E se não quiser, não precisa calcular cada passo seu, só os mais importantes. Envolve responsabilidade e escolha. Essa é apenas uma forma de se manter focado na meta, de evitar distrações. Cada pessoa tem uma ferramenta que se encaixa melhor para o seu perfil. Você terá que testar várias até descobrir o seu.
Eliminar distrações: Não adianta você se propor para estudar e ter o bebe chorando, o telefone tocando, o facebook aberto, o marido vendo TV do lado, estar com sono. Isso se resolve na etapa no planejamento. Programe-se para ter o mínimo de distrações possíveis. Se não houver as circunstâncias ideais, lembre-se do motivo pelo qual está fazendo essa tarefa e quais são suas prioridades.
Ficar de olho na autosabotagem: É essencial desligar o piloto automático. Na maior parte do tempo estamos com ele ligado para economia cognitiva. É mais fácil para o cérebro ter um roteiro pré-estabelecido do que toda vez ter que pensar o que fazer, certo? Gostaria de lembrar nesse ponto que tudo que fazemos é movido por um pensamento. E eu aposto que na maior parte do tempo você nem sabe no que está pensando. Você nem sabe quem está na direção. Focar nos pensamentos é uma forma bastante eficaz de diminuir a chance de procrastinação, pois trazemos à consciência o nosso motorista. Conhecendo-o podemos orientá-lo para onde queremos ir. Podemos até ter algum pensamento sabotador e decidir não ouví-lo. Na próxima vez que você se pegar procrastinando, pergunte-se “o que passou pela minha cabeça agora?"
Partiu dar jeito na vida?
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