Psicoterapia afirmativa e promoção de saúde para diversidade sexual e de gênero
Público-alvo: lésbicas, gays, bissexuais, assexuais, panssexuais, entre outras possibilidades da diversidade sexual; pessoas trans, não binárias e outras variações de identidade de gênero; e pessoas com dúvidas ou desconforto quanto a sua orientação sexual, expressão de gênero ou identidade de gênero.
Conceitos importantes:
*Orientação sexual: é para quem o seu desejo está orientado – homossexual, bissexual, heterossexual, assexual, entre outras possibilidades.
*Identidade de gênero: é como você se vê: homem, mulher ou não binário – podendo incluir os conceitos de transgênero e cisgênero.
*Expressão de gênero: como você expressa o seu gênero – jeito de vestir, de falar, de se portar.
É impossível negar que vivemos em uma sociedade que se importa em excesso com o gênero e a sexualidade alheia. Frequentemente são atribuídos diversos significados extremamente pejorativos e ligados a distorções históricas e sociais. Esses são conferidos a qualquer conduta ou forma de ser não heteronormativa (heteronormativa = cis e heterossexual, com expressão de gênero estereotipada). Com frequência esses significados negativos são internalizados tanto pelas pessoas não-heteronormativas (gerando sofrimento) quanto pelos profissionais de saúde (gerando julgamentos automáticos). Por esse motivo, é fundamental uma capacitação específica para se trabalhar com essas questões.
Não existe um modelo teórico específico para trabalhar essas questões, mas é possível ter uma atitude clínica voltada para a promoção da saúde de uma identidade sexual e de gênero positivas. Isso significa um olhar diferenciado para orientações sexuais e identidades de gênero não heteronormativas.
Psicologicamente todos somos iguais independente de orientação sexual e identidade de gênero, mas pessoas com variantes de gênero tem experiências sociais diferentes. Cada experiência que temos, desde que nascemos, influencia na construção da nossa identidade (para aprofundar nesse assunto, clique aqui). Quando há alguma variação no padrão de gênero cultural (o que é esperado para um homem e uma mulher em termos de comportamentos, sentimentos e pensamentos) é bem provavel que haja críticas e punições para que se volte ao padrão, fazendo com que a pessoa internalize uma ideia de que ela é errada. Além disso, como dito anteriormente, envolve uma cultura de significados que precisam ser olhados. Sendo assim, não é todo terapeuta que está de fato preparado para trabalhar especificamente com essas populações, por achar, por exemplo, que a única diferença entre homo/bi/hetero é a orientação do desejo. É interessante que um terapeuta ao atender esse público tenha um olhar amplo e conhecimento profundo em questões de gênero e diversidade sexual. Isso inclui saber, por exemplo, que a orientação sexual nem sempre se encaixa nesse padrão de hetero, homo e bissexual. A maioria das pessoas, apesar de se identificar com, não se encaixa 100% nessas categorias. Além disso, é importante levar em conta as diferentes possibilidades de expressão de gênero e sua relação com identidade de gênero.